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Cuidado com o autocuidado

  • Foto do escritor: Elisa Moura
    Elisa Moura
  • 12 de mar.
  • 3 min de leitura

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Já falei muito sobre autocuidado. Porque todo mundo falava. Porque eu lia sobre isso em todo lugar. Porque eu realmente acreditava nisso. Mas, com o tempo, fui lendo outras coisas, tendo novas vivências, e percebi como esse negócio de autocuidado pode ser mais uma armadilha para nós mulheres nesse mundo capitalista e patriarcal em que vivemos.


Esses dias, ouvindo o podcast da Lela Brandão, Gostosas Também Choram, ela disse algo que me fez refletir muito.


Primeiro, vamos ao significado da palavra:

Autocuidado é o ato de cuidar de si mesma, priorizando o bem-estar físico e mental. É um conjunto de hábitos saudáveis que ajudam a prevenir doenças e a manter a saúde.

Agora, me diz: fazer as unhas é autocuidado? Não! Passar hidratante é autocuidado? Não! Mas é exatamente isso que os feeds da vida e todas as marcas de beleza vivem dizendo para a gente. E a gente acredita! Mantemos a unha impecável, nos besuntamos de hidratante antes de dormir e achamos que estamos com o autocuidado em dia. #sqn


Aliás, para a sociedade, mulher que se cuida é aquela que está sempre arrumada, né? Mas será que essa mulher está saudável?


Veja bem, não estou condenando ritual de beleza ta? Eu faço as unhas toda semana desde a adolescência, adoro ir ao salão, amo um creminho, um sérum de retinol… O problema é que a gente dá check no autocuidado com essas práticas puramente estéticas e esquece do cuidado real com a saúde.


Como bem disse a Lela, não perdemos o horário no salão, mas… e os exames de sangue? Estão em dia? As vitaminas estão ok? (As minhas não estavam! 😬) Estamos dormindo o suficiente? Nos alimentando bem? Reservamos tempo para atividade física?


Somos encarregadas de tantas funções no dia a dia. Precisamos estar com a saúde em dia, certo? Então por que nos preocupamos tanto mais com a estética?


São as unhas feitas que te ajudam a carregar seu filho no colo? São as luzes em dia que fazem com que você aguente as noites mal dormidas porque ele pegou (mais uma) virose?

Tá entendendo? E eu falo isso porque me incluo nesse balaio, tá? Tô aqui refletindo com vocês!


O problema do “auto”


Outro motivo pelo qual tomei ranço dessa palavra autocuidado é que, para mim, ela passa uma sensação de automático. Algo tipo:

“Autocuidado! Fácil, rápido, pra você, amiga!”

Mas, para mim, cuidar de mim mesma não tem nada de fácil. Nada de automático. E para você? Eu sempre coloco tudo na frente… Filho? Trabalho? Marido? Pode passar! Vou postergando, empurrando com a barriga, jogando pra segunda que vem, para o próximo mês, para depois do Carnaval… E aí o cansaço só piora, a disposição some, a produtividade despenca. Por quê será?


Por que é tão difícil para nós, mulheres, priorizarmos nossa saúde e bem-estar físico e mental? E por que tapamos essa ferida com esses band-aids de autocuidado que a mídia oferece?

Porque é mais fácil? Porque eles são convincentes? Porque somos cobradas socialmente para estarmos sempre impecáveis?


Acho que é por tudo isso. Essa ideia está sendo introjetada na gente.


O que dá para fazer, de verdade?


Dentro da sua realidade, o que você pode fazer para melhorar de verdade esse tal de autocuidado?


Dá para encaixar 20 minutos de exercício físico na rotina? Pode ser em casa mesmo!

Que trocas você pode fazer na alimentação? (A Bela Gil tinha razão! 😂)

Comece aos poucos, mas comece. Aquele papo de que tem coisas que ninguém pode fazer por você é superverdade.


Sério, a gente não deveria esperar o burnout, o estresse, a doença chegar para prestarmos atenção em nós mesmas. A gente merece mais! Muito mais! Inclusive, uma ida ao salão depois. Kkkkk


No fundo, estou escrevendo isso para mim mesma, porque estou precisando me cuidar mais. Mas espero que, de alguma forma, ler isso te ajude também!


Bora se cuidar?


Até a próxima,

Beijos,

Elisa

 
 
 

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